O partido republicano quer afundar os EUA?
O partido republicano dos EUA, partido do presidente Bush, está trabalhando com extrema competência para afundar os EUA há 8 anos.
Quando assumiram, herdaram um governo com superávit e com alguma respeitabilidade global (independente das críticas que podiam ser feitas). Deixam agora o governo com déficit tremendo, com uma crise econômica gigantesca, com uma guerra baseada em uma mentira e aparentemente sem solução próxima. Deixam também a imagem dos EUA no mundo extremamente deteriorada, como sinaliza o crescimento do anti-americanismo.
Diante da crise, elaboram um plano de última hora onde os constribuintes são chamados para pagar a conta da crise que foi o resultado de 8 anos de desregulamenteção e políticas neoliberais, que deram ampla liberdade para os grandes conglomerados financeiros agirem com queriam. Agora o contribuinte é chamado a pagar 700 bilhões de dólares de ajuda aos grandes jogadores de Wall Street.
Em ano eleitoral, os congressistas rejeitaram o plano de 700 bi, pois não queriam perder votos de seus eleitores. No entanto, sem um plano para resolver essa crise, o problema tende a se agravar. Portanto, seria de esperar que o partido republicano, do presidente Bush, se empenhasse em aprovar o plano de 700 bi. Mas não, o partido de Bush votou contra Bush alegando que se tratava de uma intervenção muito grande do Estado na economia. Alguns chegaram a falar de "socialismo financeiro". Ontem, um deputado republicano chegou a fazer a seguinte comparação no plenário: "Em 1917, quando a revolução na Rússia estava para começar, os bolcheviques pediam 'pão, paz e terra', e na realização desse objetivo perderam a liberdade. Hoje, os EUA estão vivendo uma crise em que temos que optar entre o pão e a liberdade. E o partido republicano não deve ter dúvidas em escolher a liberdade".
Esse argumento principista de um liberalismo radical, ao condenar qualquer idéia de intervenção estatal, constribui ainda mais para o aprofundamento da crise.
A partido republicano prefere destruir os EUA para não destruir um dogma: "a mão invisível do mercado tudo regula e é ela que garante a nossa liberdade".
Resta saber por que ainda há o nome "republicano" no partido. O nome mais adequado seria partido liberal.
O republicanismo - aquela tendência do pensamento político que encontra suas raízes na Grécia, em Aristóteles e Péricles, passando por Roma e pelo Renascimento - sempre desconfiou do mercado livre. A chrematístika (arte de enriquecer, distinta da economia) era vista por Aristóteles como nociva, pois tendia a expandir de modo perigoso os interesses particulares, às custas do bem comum, e tendia a formar cidadãos auto-interessados em um sentido mesquinho, cidadãos sem nenhum interesse na política e que viam a política sempre pela negativa.
Thomas Jefferson também escreveu contra a propriedade móvel e defendeu a propriedade da terra como a mais adequada para a República.
Hegel notou que a sociedade civil-burguesa, organizada pelo mercado, não conseguia resolver seus próprios problemas, não conseguia reduzir a desigualdade e a incerteza produzida pelo mercado, e, portanto, seria necessária a presença maior do Estado na ligação de cada cidadão particular com o bem comum representado pelo Estado, que teria o papel crucial de reduzir a incerteza e evitar o crescimento nocivo da desigualdade.
Enfim, são tanto republicanos que defenderam que a economia deve estar a serviço da política e a política deve estar a serviço da pátria que não vale a pena continuar a tentar entender o significado da palavra "republicano" no partido de Bush: trata-se simplesmente de um embuste, de uma jogada de marketing criada no séc. XIX para herdar o respeito de uma tendência republicana que existia com força nos EUA, mas que foi sufocada pelo liberalismo triunfante que agora começa a desmoronar.
Quando assumiram, herdaram um governo com superávit e com alguma respeitabilidade global (independente das críticas que podiam ser feitas). Deixam agora o governo com déficit tremendo, com uma crise econômica gigantesca, com uma guerra baseada em uma mentira e aparentemente sem solução próxima. Deixam também a imagem dos EUA no mundo extremamente deteriorada, como sinaliza o crescimento do anti-americanismo.
Diante da crise, elaboram um plano de última hora onde os constribuintes são chamados para pagar a conta da crise que foi o resultado de 8 anos de desregulamenteção e políticas neoliberais, que deram ampla liberdade para os grandes conglomerados financeiros agirem com queriam. Agora o contribuinte é chamado a pagar 700 bilhões de dólares de ajuda aos grandes jogadores de Wall Street.
Em ano eleitoral, os congressistas rejeitaram o plano de 700 bi, pois não queriam perder votos de seus eleitores. No entanto, sem um plano para resolver essa crise, o problema tende a se agravar. Portanto, seria de esperar que o partido republicano, do presidente Bush, se empenhasse em aprovar o plano de 700 bi. Mas não, o partido de Bush votou contra Bush alegando que se tratava de uma intervenção muito grande do Estado na economia. Alguns chegaram a falar de "socialismo financeiro". Ontem, um deputado republicano chegou a fazer a seguinte comparação no plenário: "Em 1917, quando a revolução na Rússia estava para começar, os bolcheviques pediam 'pão, paz e terra', e na realização desse objetivo perderam a liberdade. Hoje, os EUA estão vivendo uma crise em que temos que optar entre o pão e a liberdade. E o partido republicano não deve ter dúvidas em escolher a liberdade".
Esse argumento principista de um liberalismo radical, ao condenar qualquer idéia de intervenção estatal, constribui ainda mais para o aprofundamento da crise.
A partido republicano prefere destruir os EUA para não destruir um dogma: "a mão invisível do mercado tudo regula e é ela que garante a nossa liberdade".
Resta saber por que ainda há o nome "republicano" no partido. O nome mais adequado seria partido liberal.
O republicanismo - aquela tendência do pensamento político que encontra suas raízes na Grécia, em Aristóteles e Péricles, passando por Roma e pelo Renascimento - sempre desconfiou do mercado livre. A chrematístika (arte de enriquecer, distinta da economia) era vista por Aristóteles como nociva, pois tendia a expandir de modo perigoso os interesses particulares, às custas do bem comum, e tendia a formar cidadãos auto-interessados em um sentido mesquinho, cidadãos sem nenhum interesse na política e que viam a política sempre pela negativa.
Thomas Jefferson também escreveu contra a propriedade móvel e defendeu a propriedade da terra como a mais adequada para a República.
Hegel notou que a sociedade civil-burguesa, organizada pelo mercado, não conseguia resolver seus próprios problemas, não conseguia reduzir a desigualdade e a incerteza produzida pelo mercado, e, portanto, seria necessária a presença maior do Estado na ligação de cada cidadão particular com o bem comum representado pelo Estado, que teria o papel crucial de reduzir a incerteza e evitar o crescimento nocivo da desigualdade.
Enfim, são tanto republicanos que defenderam que a economia deve estar a serviço da política e a política deve estar a serviço da pátria que não vale a pena continuar a tentar entender o significado da palavra "republicano" no partido de Bush: trata-se simplesmente de um embuste, de uma jogada de marketing criada no séc. XIX para herdar o respeito de uma tendência republicana que existia com força nos EUA, mas que foi sufocada pelo liberalismo triunfante que agora começa a desmoronar.