A República contra a Máquina

1- Não o mero viver, mas a busca da vida bela. 2- A Liberdade não se negocia, a Paz sim. "Pode-se imaginar um prazer e força na auto-determinação, uma liberdade da vontade, em que um espírito se despede de toda crença, todo desejo de certeza, treinado que é em se equilibrar sobre tênues cordas e possibilidades e em dançar até mesmo à beira de abismos. Um tal espírito seria o espírito livre por excelência" (Nietzsche. Gaia Ciência, parágrafo 347)

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quinta-feira, setembro 27, 2007

Filósofo francês André Gorz se suicida com a esposa doente

Folha de São Paulo, quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Filósofo francês André Gorz se suicida com a esposa doente
DO "MONDE"

O filósofo francês André Gorz, 84, e sua esposa Dorine, 83, foram encontrados mortos na última segunda em sua casa em Vosnon (oeste francês), lado a lado, por uma amiga que tinha ido visitá-los e encontrou cartas endereçadas a seus familiares. Gorz, cujo nome verdadeiro era Gérard Horst, era autor de "Écologie et Politique" e "Adeus ao Proletariado" e foi amigo próximo de Jean-Paul Sartre. Ele se aposentara em 1983 para cuidar da mulher, que sofria de uma doença degenerativa a qual se somou um câncer. Muito apaixonado, o casal se refugiou na casa onde foi achado.
O suicídio provocou reações até do presidente Nicolas Sarkozy, que, em comunicado, saudou "o destino singular" do filósofo, "grande figura da esquerda intelectual francesa e européia". Em "Lettre à D. Histoire d'un amour", de 2006, Gorz escreveu a Dorine: "Você continua sempre bela, graciosa e desejável. Fazem 58 anos que vivemos juntos, e eu a amo mais que nunca. Recentemente me apaixonei por você novamente e novamente carrego em mim um vazio avassalador que só é preenchido por seu corpo apertado contra o meu." "Essa presença", acrescentou, "foi decisiva na construção de uma obra cuja visibilidade só carrega um nome quando este é o de um casal."

quarta-feira, setembro 26, 2007

O mensalão: obra do PSDB e do PT

E se Mares Guia fosse um sindicalista?
ELIO GASPARI

O silêncio dos tucanos diante do seu mensalão mostra o oportunismo com que manipulam a moralidade alheia SE O MINISTRO da Articulação Política do governo fosse um petista saído do movimento sindical, o céu já teria desabado sobre Brasília.

Imagine-se um companheiro metido numa reunião para definir a arrecadação da caixinha eleitoral de um candidato que acabou derrotado na eleição de 1998. Some-se um empréstimo pessoal feito por esse mesmo petista ao candidato, depois de sua derrota. Walfrido Mares Guia fez tudo isso, mas o tucanato trata o assunto com um silêncio retumbante, indicador do oportunismo com que manipula a moralidade alheia.

Mares Guia não é um sindicalista, mas próspero empresário; não está no ABC, mas na plutocracia mineira; não se meteu na campanha dos companheiros, mas na do então governador Eduardo Azeredo, que viria a ser presidente do PSDB. Sua praia é outra, a do tucanato que considera falta de educação tratar das maracutaias do andar de cima.

A principal gracinha propagada pelos defensores de Eduardo Azeredo é a teoria do "não sabia". Se ele não sabia que sua campanha era azeitada por recursos tungados à Viúva e entregues a Marcos Valério, qualquer tentativa de associá-lo à roubalheira é injusta. Afinal, Lula diz que não sabia das mesmas trambicagens, praticadas quatro anos depois pela direção do PT com o mesmo Marcos Valério. Nas palavras da assessoria do tucano: "As questões financeiras da campanha não foram de [sua] responsabilidade".

Seria um caso clássico de dois pesos e duas medidas. Todavia, o argumento é falso. Para que fosse verdadeiro, precisaria aparecer um empréstimo pessoal de R$ 511 mil, feito por Lula junto a um petista amigo que participou da coordenação de sua campanha. (Em 2003, Paulo Okamotto, atual presidente do Sebrae, pagou uma conta de R$ 29 mil de Lula, mas não esteve na banca petista de 2002.) Isso não permite sugerir que Lula não sabia dos malfeitos de Delúbio Soares, ou que não sabe de onde veio o dinheiro de Okamotto. Indica apenas que não se acharam as suas impressões digitais. No caso de Azeredo, elas estão lá, no empréstimo de Mares Guia.

Quando um petista é confrontado com as mutretas de seus companheiros, se enraivece e atribui a referência a algum tipo de conspiração elitista. Quando um tucano fica na mesma situação, ofende-se e corre para a blindagem do silêncio. Assim desconversou-se em 2000, quando apareceram as planilhas da segunda campanha de FFHH. Elas indicavam um caixa clandestino de pelo menos R$ 8 milhões. Uma parte desse dinheiro passara pela destilaria de Marcos Valério, cuja tecnologia financeira foi adquirida pelo PT na eleição seguinte.Vice-governador de Eduardo Azeredo, ministro de Lula, Mares Guia é uma encruzilhada de gentilezas. Foi na sua vizinhança (e de Lula) que se disparou a demissão do engenheiro Dimas Toledo de uma diretoria de Furnas. Essa foi a faísca que incendiou os sentimentos do deputado Roberto Jefferson e a crise do mensalão.

O PT já buscou a indulgência de seus crentes com a teoria do "fizemos-o-que-todo-mundo-faz". A novidade no desdobramento das investigações do mensalão tucano está na paralisia mental do PSDB.

O comando tucano diz que vai discutir a situação de Azeredo. Vai nada. Se falasse sério, teria feito isso há dois anos. Correm atrás do prejuízo que poderá advir de uma denúncia do procurador-geral da República contra o ex-governador.

terça-feira, setembro 18, 2007

Passado e Futuro

“[...] o desejo de um futuro a ser
conquistado é garantido pela memória
de um passado perdido”.
Ítalo Calvino

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