A República contra a Máquina

1- Não o mero viver, mas a busca da vida bela. 2- A Liberdade não se negocia, a Paz sim. "Pode-se imaginar um prazer e força na auto-determinação, uma liberdade da vontade, em que um espírito se despede de toda crença, todo desejo de certeza, treinado que é em se equilibrar sobre tênues cordas e possibilidades e em dançar até mesmo à beira de abismos. Um tal espírito seria o espírito livre por excelência" (Nietzsche. Gaia Ciência, parágrafo 347)

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quinta-feira, março 15, 2007

A qualidade do ensino público em SP decaiu mais rápido que nos outros Estado do país. O PSDB, há 12 anos no poder em SP, é o maior responsável.

Editorial da Folha de São Paulo, quinta-feira, 15 de março de 2007

O PSDB e a educação
O legado de três governos estaduais é um desastre, prova de que a prioridade tucana para o ensino não gerou projeto coerenteO ESTADO de São Paulo é governado desde 1995 pelo PSDB, partido que preza apresentar-se como arauto da eficiência na administração pública. Seus líderes também se destacam como defensores de uma modernização da educação, requisito da inserção no mercado global. Apesar do discurso, sob gestão tucana a qualidade do ensino na rede estadual piorou de modo acentuado.

Os números estão à vista no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que examina a cada dois anos, nacionalmente, os alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e os da 3ª série do ensino médio. Seja em língua portuguesa, seja em matemática, o desempenho da rede oficial paulista decaiu mais rapidamente que no restante do país.

A média nacional em matemática caiu de 253 para 240 pontos (em 500 possíveis), de 1995 a 2005, na 8ª série de todas as redes (estaduais, municipais e privadas). Nas escolas estaduais de São Paulo, estava um pouco acima (255) dessa média em 1995, mas ficou aquém (230) em 2005.

Paulo Renato Souza, ex-ministro da Educação no governo FHC, acompanha a sabedoria convencional ao apontar a acelerada inclusão de alunos como fulcro da queda na qualidade. Com efeito, ter 97% das crianças matriculadas no ensino fundamental é conquista cujo preço se paga em piora no desempenho.

Para o ex-ministro, contudo, isso explica somente a queda de qualidade até 1999. Daí por diante teria havido "descontinuidades" entre as gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin. Ambos do PSDB, partido de Paulo Renato e José Serra.

A secretária da Educação de Serra, Maria Lucia Vasconcelos, reagiu à divulgação dos dados vergonhosos anunciando a redução de quatro para dois anos na duração dos ciclos no ensino fundamental. Chancelou, desse modo, outra explicação parcial, a progressão continuada.Rose Neubauer, secretária na gestão Covas, acusou seu sucessor Gabriel Chalita de desmontar programas cruciais para a progressão continuada funcionar. Chalita retorquiu dizendo que a introdução dos ciclos foi mal administrada por Neubauer e culpou até a falta de envolvimento das famílias na educação.Talvez todos esses próceres do PSDB tenham um pouco de razão em seus diagnósticos. Não resta dúvida, porém, de que sua obra conjunta se resume a um retumbante fracasso. Cabe agora ao partido e ao governador José Serra explicar como pretendem consertar tamanho estrago.

3 Comments:

Blogger adriano2l said...

Não podemos criticar o PSDB, pois o PT pode ser pior.
Não sou eleitor do PSDB mas acho que a situação seria a mesma que é tendo PSDB ou PT, tanto faz.

01 abril, 2007 04:22  
Blogger Jean Gabriel said...

Adriano,

Acho que podemos criticar o PSDB, assim como também podemos criticar o PT. Criticando cada um por seus erros específicos. No caso da educação em SP (e da segurança em SP), a responsabilidade é obviamente do PSDB, pois eles governam o Estado há 12 anos.

No caso do PT, podemos criticar a corrupção que foi descoberta no ano passado, onde eles, que se diziam os únicos "éticos" se lambuzaram nos esquemas de caixa 2 e etc. E também podemos criticar o fato de o PT ter prometido tirar o país da estagnação gerada por uma política econômica que privilegia o setor financeiro em detrimento do setor produtivo (que geraria mais empregos). Mantiveram no banco central o Henrique Meirelles, que era do PSDB e também funcionário do banco de Boston.

O PT e o PSDB são duas faces da mesma moeda. A moeda neoliberal. Além da política econômica, até as políticas sociais do PT são uma continuidade com as do FHC.

No futuro lembrarão desta época como a "Era FHC-Lula", que obviamente teve alguns pontos positivos, mas que também foi a época de menor crescimento econômico da história da República, de maior precarização das relações de trabalho e de aumento da dependência do país.

02 abril, 2007 12:00  
Anonymous Anônimo said...

Imaginem só se SP tem a melhor educação do Brasil? o que pode ser pior?

17 setembro, 2008 13:35  

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