A República contra a Máquina

1- Não o mero viver, mas a busca da vida bela. 2- A Liberdade não se negocia, a Paz sim. "Pode-se imaginar um prazer e força na auto-determinação, uma liberdade da vontade, em que um espírito se despede de toda crença, todo desejo de certeza, treinado que é em se equilibrar sobre tênues cordas e possibilidades e em dançar até mesmo à beira de abismos. Um tal espírito seria o espírito livre por excelência" (Nietzsche. Gaia Ciência, parágrafo 347)

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quinta-feira, março 15, 2007

Liberdade antiga

"Libertas é a capacidade de se manter reto, por meio de sua própria força, sem depender da vontade de alguém mais" (Tito Lívio)

Liberdade aqui é o oposto de dependência. É capacidade de autogoverno, tanto no plano pessoal – de modo a ser capaz de encontrar um equilíbrio entre seus instintos e desejos, de modo a ser senhor de si – quanto no plano político, participando da vida pública, influindo nas decisões que afetam a sua vida e a vida da comunidade inteira, participação onde pode se obter o reconhecimento, conquistando honra e glória.

Quem vive na extrema necessidade, quem está em uma situação de carência, é extremamente dependente, portanto não é livre. Depende "de alguém mais", mas de uma maneira submissa, e não como em uma cooperação entre iguais. O mundo moderno, liberal e burguês, proclamou que agora "todos são livres", mesmo aquela maioria que trabalha apenas para sobreviver aceitando qualquer emprego e condição, porque estão pressionados pela necessidade. Esse discurso liberal e burguês hoje é aceito como uma verdade óbvia, e tem sido extremamente eficiente para manter o rebanho de escravos conformados com a sua "doce liberdade" e trabalhando com afinco para comprar seu novo modelo de celular. A cenoura na frente de um burro de carga.

A imagem da liberdade antiga está se apagando, e já não há quem queira a liberdade antiga sem a escravidão antiga. A Pólis sem escravidão, tão sonhada por alguns revolucionários do séc. XIX e XX.

"Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia. "
Fernando Pessoa, 1931.

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